Eu e a Maria Elizabete

 A Maria Elizabete é a minha bicicleta. Paguei mais do que devia por ela, mas é a MINHA bicicleta, e é exactamente como eu a imaginei, e gosto imenso dela, por isso não quero saber.

 Ora, o caminho do meu bunker (aka casa) para a faculdade envolve uma bruta descida, que é fantástica, dou só um toquezinho nos travões nas curvas naquela de não me espetar em ninguém ao pé das paragens de autocarro (btw, se eu estiver muitos dias sem comunicar é porque fui parar ao hospital. Estou sempre à espera de levar com um carro em cima.), mas enfim, é um instantinho.

O que é que isto significa? Significa que quando volto para casa tenho uma subida odiosa pela frente. E dado que sou uma fumadora e uma comedora inveterada de queijo (ou seja, os meus níveis de colestrol, apesar de saudáveis, já viram melhores dias), estou sempre à espera de ter um AVC ou um enfarte de miocárdio (termos técnicos - adoro) enquanto subo a odiosa Viborvej.
 Mas o que é certo é que a subo. E porquê? Porque tenho de voltar para casa penso em frases motivadoras enquanto pedalo. Decidi então partilhar as minhas frases motivadoras, pois podem ser-vos úteis um dia. Quem sabe.

- Vais ficar tão boa, sequinha sequinha.

- Está a doer? É aí mesmo que há gordura para queimar.

- Está quase, já estás a ver o cruzamento.

- Tu consegues!

- Daqui a uns meses isto vai ser fácil.

- Bora!

- Pedala animal!

E a mais recente:

- Vá, pensa que estás na volta a França!
(juro que não sei onde é que fui buscar esta)

Resulta.

Primeira balda

Hoje de manhã faltei a meia aula. 1ª falta.

Because you make me feel like i'm the only girl in the...

Este quarto eu tenho 3 cadeiras:

• evolutionary ecology - na qual sou a única fora do departamento de biologia (eles aqui separam biologia de biologia molecular)
• algorithms in bioinformatics_sequences - na qual sou a única rapariga
• challenges in bioinformatics - na qual sou a única estrangeira e as aulas são dadas em inglês por minha causa

Feeling so unique!! Not.

Expectativas derreadas

Hoje comi uma chamuça gigante. 

Olhei para elas, e com aquele seu ar de quem não cumpre as normas de higiene e segurança da ASAE, convenceram-me. Pensei "estou de dieta, mas chamuça é chamuça, e ainda não comi nenhuma desde que estou aqui". Comprei uma.

Olhei para ela e considerei leva-la chegar a casa e come-la quentinha, mas o meu eu-comilão-dominante não quis esperar. 

Confesso que estava com grandes expectativas. Primeiro porque tinha sido comprada a um monhé numa loja de aspecto duvidável, segundo porque era gigante. No entanto, como tantas coisas na vida, foi uma desilusão. Para começar, carne só se fosse vestígios (talvez para o senhor monhé "meat" seja sinónimo de vegetariano, não sei), e depois era francamente pouco picante, a minha língua não ficou nem um pouquinho incomodada.

Enfim, uma pessoa tem de ter desilusões de vez em quando. Esta foi a minha grande desilusão dinamarquesa. 

Até ao natal, chamuças.